Novas tecnologias em sementes e agroquímicos e a importância da bioativação do solo no aumento da produtividade foram apresentadas em Jeriquara (SP).
No início de fevereiro, a Fazenda São Jorge, em Jeriquara (SP), propriedade de Luiz Carlos Bergamasco, foi palco de um Ensaio de Variedades de Soja, evento organizado pela Dedeagro, uma das principais revendas agropecuárias da Alta Mogiana e Triângulo Mineiro.
Foi um sucesso. Participamos de todo o evento, desde a chegada dos participantes e em todas as explanações técnicas, em cada estação de conhecimento, de todas as empresas parceiras. Este evento comprova o brilhante trabalho que o Engº Agrº João Dedemo do Prado e toda a sua equipe na Dedeagro vem fazendo nos últimos 20 anos na agricultura de toda a Alta Mogiana e Triângulo Mineiro.
O Ensaio de Variedades contou com mais de 250 produtores rurais da Alta Mogiana e municípios mineiros vizinhos participaram do evento, visitando todas as 8 estações de conhecimento de empresas instaladas na fazenda.

Ao lado dos consultores da Bayer, FMC, Biosoja, Arysta, Advanta, Simbiose, Araunah Agro e Mauá Sementes, toda a equipe de profissionais de campo da Dedeagro foi a responsável pelo trabalho de implantação, condução e organização do dia de campo. O Engº Agrº João Dedemo do Prado (diretor da Dedeagro) acompanhou, em cada estação, o trabalho de apresentação dos consultores das empresas junto aos participantes, sempre contribuindo com informações que destacavam a importância do uso das novas tecnologias.
O maior destaque do Ensaio de Variedades foi a presença e participação efetiva do Engº Agrº Drº Ademir Calegari, especialista em Manejo e Conservação de Solos, que vem desenvolvendo um trabalho espetacular – em parceria com a Araunah Agro – com o uso de sistemas rotacionados com plantas de cobertura, adoção de produtos biológicos e consequente bioativação dos solos.

FERRUGEM DA SOJA
Na estação de conhecimento da Bayer CropScience, o Engº Agrº Douglas Rocha apresentou em primeira mão as principais informações sobre o Fox® Xpro, um fungicida sistêmico, desenvolvido a partir do Fox®, produto líder de mercado há 10 anos. “O Fox® Xpro é uma evolução do Fox®, produto extremamente consagrado, mas que, com o ar do tempo, ou a ter queda de rendimento, visto que as doenças aram a adquirir naturalmente resistência aos fungicidas. Não somente ao Fox, mas também a todos os outros fungicidas”, explicou Douglas.
O Fox® Xpro incorporou ao princípio ativo do Fox® a Carboxamida, molécula que auxila no controle de doenças em final de ciclo da cultura, principalmente a Ferrugem-da-Soja. “Além disto, traz um diferencial importante, que é o poder de absorção mais rápido do produto pela planta. Enquanto o Fox® Xpro leva no máximo 1 hora para ser absorvido pela planta, os fungicidas concorrentes levam até 4 horas”, apresentou Douglas aos produtores rurais participantes.
Com todas estas características positivas para a planta, o produtor ganha também ao final da safra quando se adota o Fox® Xpro. “É uma tecnologia que se paga o investimento, por garantir a sanidade da lavoura e trazer um retorno maior de produção. Com o Fox® Xpro , o produtor de soja chega a produzir de 3 a 5 sacas a mais por hectare”, finalizou Douglas.

BIOATIVAÇÃO E PLANTAS DE COBERTURA
No estande da Araunah Agro, o consultor Leandro apresentou, ao lado do Drº Ademir Calegari, informações detalhadas da pesquisa desenvolvida pela empresa em várias lavouras de soja na Alta Mogiana e Triângulo Mineiro – incluindo também a Fazenda São Jorge –, que é o Projeto Solo Vivo.
“Consideramos bastante oportuna a atual situação climática deste início de 2019 aqui nesta propriedade. É nítido que a cultura não conseguiu expressar todo o seu potencial. Mesmo ando por este estresse hídrico severo, contudo, a produção é considerada satisfatória. Isto graças ao nosso trabalho de resgate de atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Trabalhamos com a bioativação, com um planejamento de ações, inoculação e fertilização biológica de sementes, adubação biológica, implantação de um sistema rotacionado de plantas de cobertura, tudo a partir de um diagnóstico”, explicou Ademir Calegari.
O trabalho de maior expressão da empresa com o Projeto Solo Vivo foi obtido na Fazenda Santa Helena, em Guaíra (SP). De propriedade de Maíra e José Eduardo Lelis, a lavoura de soja foi trabalhada a partir de um diagnóstico de toda a área, sendo aplicado posteriormente um coquetel de plantas de cobertura (Trigo Mourisco, Milheto, Crotalária e Nabo Forrageiro) e toda a tecnologia de manejo fisiológico em plantas da Araunah Agro. “Com isto, com a construção deste perfil de solo, a lavoura alcançou resultados superiores a 95 sacas por hectare”, afirmou Leandro.

INOCULANTES E CONDICIONADORES DE SOLO
Coube aos Engº Agrônomos Cássio Gomes, Sérgio Bertoloni e Mateus Silveira, equipe de Assistentes Técnicos da Bio Soja, Grupo Vittia, apresentaram aos participantes o portifólio completo de produtos utilizados na lavoura de soja, incluindo inoculantes e condicionadores de solo, em especial o Biomax® Soja e Biomax® Azum.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS
A Arysta LifeScience apresentou no Dia de Campo a sua linha de nutrição. Os Engº Agrônomos Ederson Lopes, Leandro Vidotti, Ricardo Gil Fernandes e Guilherme Leite (Consultores Técnicos Comerciais) destacaram o incremento em produtividade obtido na lavoura com a adoção de três produtos: o Biozyme®, Foltron® e o Kfol®.
“Nosso foco é minimizar perdas e potencializar ganhos. Para isto, indicamos e utilizamos aqui neste ensaio os fisioativadores Biozyme® (perfeito para o tratamento de sementes), o Foltron® e o Kfol®”, explicou Leandro Vidotti.

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS
A equipe de campo da FMC baseada em Guaíra (SP), mas atendendo também Ituverava (SP), Ipuã (SP), Miguelópólis (SP) e outros municípios, apresentou aos visitantes o portfólio da empresa no controle de insetos mastigadores e sugadores, bem como doenças fúngicas para a cultura da soja.

TECNOLOGIA EM SEMENTES
Na estação de conhecimento da Mauá Sementes, os visitantes puderam conferir as novidades em tecnologias para a safra 2019. “Apresentamos todo o portfólio da Mauá Sementes indicado para a região da Alta Mogiana, com ênfase na importância da qualidade de sementes”, explicou o Engº Eduardo Takinami, Consultor Comercial da empresa no Norte do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

Já na estação da TMG – Tropical Melhoramento e Genética, com sedes em Rondonópolis (MT) e Cambé (PR), o Engº Agrº Tiago Honório apresentou dois lançamentos da TMG. “Os visitantes puderam conferir, na prática, os resultados dos materiais TMG-7061 e TMG-7067, que são indicados para a safra 2019/2020”, disse Tiago.

Na estação de conhecimento da Sementes Analyce, empresa sediada em Perdizes (MG), o Engº Agrº Tássio Garcia apresentou informações sobre o banco de germoplasma da empresa, composto por 20 materiais genéticos, bem como as características e informações sobre dois novos materiais: a M-5917, da Monsoy, e a NS-7007, da Nidera.
“A soja M-5917 é um material precoce que chegou a ter mais de 59% de share do mercado de São Paulo. Já a NS-7007 é um material de ciclo um pouco mais tardio, na casa dos 112-114 dias. Tem apresentado uma grande estabilidade produtiva, tem um bom engalhamento e um PMS (Peso de Mil Sementes) muito alto. Ou seja, apresentamos dois materiais extremos: um indicado para o plantio na safrinha e o outro, indicado para a próxima safra, inclusive para períodos como este de intempérie climática”, explicou Tássio.

CONSTRUIR PERFIL DE SOLO, UMA LIÇÃO DO DRº CALEGARI
Formado em Engenharia Agronômica pela Faculdade “Eliseu Maciel” – Universidade Federal de Pelotas (RS), com mestrado em Ciências do Solo pela Universidade de Aberdeen, na Escócia, e doutorado pela Universidade Estadual de Londrina (PR), profissional aposentado do IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná, o Engº Agrº Ademir Calegari foi um dos principais destaques do Ensaio de Variedades promovido pela Dedeagro, na Fazenda São Jorge.
Os resultados obtidos na Fazenda Santa Helena, em Guaíra (SP) e apresentados no dia de campo pela Araunah Agro, comprovaram sob vários aspectos a importância da construção e preservação do perfil de solo. Afinal, sob um estresse hídrico considerável neste início de 2019, obteve-se produção superior a 100 sacas/hectare.
“O que nós tentamos mostrar, aqui neste Dia de Campo, para os produtores rurais e para os profissionais de campo, é que se deve começar a fazer um trabalho de “gestão de qualidade do solo”, com um manejo completo da área de sua propriedade. Temos observado, em diferentes regiões brasileiras, que os produtores rurais estão cometendo erros na agricultura, seja por manejo inadequado do solo, manejo inadequado de planta de cobertura, carência de fertilização ou fertilização excessiva”, advertiu Calegari.
Segundo o especialista em solos, é extremamente necessário que os produtores rurais em a adotar um Diagnóstico de Qualidade do Solo da Propriedade. “Ele precisa conhecer os níveis de nutrientes do solo, checar se existe algum tipo de limitação para o crescimento das raízes – seja ela química (como o problema do alumínio ou falta de cálcio em profundidade) ou física, com algum tipo de compactação (adensamento ou compactação média ou severa), que requer a utilização de alguns equipamentos. Somente com este diagnóstico em mãos é que se pode começar a trabalhar resíduos e aumentar e diversificar o número de espécies vegetais de cobertura do solo. Cada espécie de cobertura tem as suas qualidades, seus aspectos benéficos de reciclagens de diferentes nutrientes ou efeitos antagônicos na população de nematoides. Considero importante escolhermos plantas para compor este sistema sequencial de cultura, seja na safrinha, ou no meio do café, ou consorciado com milho e assim por diante”, explicou Calegari.
Outro trabalho importante a ser considerado é a importância do uso equilibrado e harmônico de produtos biológicos. “Contamos, atualmente, com fungos como Actinomiceto, Trichoderma, Bacillus e tantos outros que estão disponíveis no mercado, que podem fazer uma boa composição. Precisamos bioativar os sistemas agrícolas. Aumentando os organismos de solo, damos uma ativada nas plantas e no solo. Isto favorecerá o aumento do potencial fotossintético das plantas, promoverá um maior efeito de solubilização de nutrientes, maior disponibilidade de água, já que haverá maior porosidade do solo devido ao incremento de palhada e resíduos vegetais. Este sistema sequencial de culturas promoverá a agregação de uma maior quantidade de matéria orgânica nos solos. Isto tudo deve ser feito de forma rotacionada, equilibrada, harmonizada. Estes são os aspectos essenciais”, ressaltou Calegari.
O professor lembra, ainda, que o produtor de soja precisa ficar atento também para a importância dos micronutrientes. “No caso da soja, há aspectos inerentes da própria cultura, como é o caso do molibdênio, cobalto, manganês, boro, cálcio, enxofre, aminoácidos e hormônios. São necessários ajustes de vários micronutrientes e macronutrientes secundários para que a cultura aumente o pegamento de flores (não sofrendo abortamentos), com tubos polínicos mais resistentes, com aumento do poder de fixação de nitrogênio. Com tudo isto, criamos condições para que as plantas estejam mais sadias, mais enraizadas, mais valentes, podendo ar de 2 a 3 estresses climáticos que geralmente ocorre em cada safra, quer seja por falta de chuva, luminosidade, pragas e doenças. Ou seja, aumentando a biodiversidade (adotando produtos biológicos), adotando sistemas rotacionados com plantas de cobertura e bioativação, estaremos incrementando a produção e a produtividade nas culturas”, explicou.
Calegari finalizou, a partir de todas as orientações anteriores, que a construção de um perfil de solo mais equilibrado e rico em vida, acarretará inevitavelmente em uma redução do custo de produção. E, de uma forma mais longeva e sustentável, amos a contar com um solo mais rico e equilibrado, com menos potencial de doenças radiculares e incidência de nematoides. O produtor rural vai estar feliz, o solo vai estar feliz e a Mãe-Natureza vai agradecer”, finalizou o professor.
DIFUSÃO DE TECNOLOGIA E CONDICIONAMENTO DE SOLO
O Ensaio de Variedades organizado pela Dedeagro foi mais um grande evento realizado em sua área de atuação. Especificamente neste evento, o foco foi o segmento de culturas anuais, que é a soja.
Para o diretor João Dedemo do Prado, a Dedeagro vem cumprindo o seu papel fundamental, que é o de promover a difusão de novas tecnologias junto aos produtores rurais. “Gostaria de agradecer a parceria com a Família Bergamasco, que muito nos apoia. Também agradecemos a parceria com todas as empresas parceiras, que contribuíram sobremaneira na organização e realização deste evento, como a Bayer, Araunah Agro, Biosoja, FMC, Simbiose, Arysta, Mauá Sementes, TMG, Sementes Analyce, Monsoy e Nidera”, ressaltou João Dedemo.

A presença do Drº Calegari também foi destacado pelo diretor da Dedeagro. “Com muita ênfase, eu destaco em nosso evento a presença do Prof. Ademir Calegari. É um profissional que há mais de 30 anos trabalha com plantas de reposição e acondicionamento de solo. Este trabalho desenvolvido pelo Prof. Calegari vem na direção do que realmente nós precisamos fazer, que é cuidar da casa da nossa planta e recomposição de matéria orgânica no solo. A evolução que a gente teve com a implementação do Projeto Solo-Vivo (proposto pela empresa Araunah e que o Prof. Calegari dá todo o e neste processo) na propriedade do Sr. Adinaer de Barros Lelis, em Guaíra (SP), é fantástica. A gente está conseguindo um sucesso relevante naquela propriedade. Estamos há três anos consecutivos com este projeto e, mesmo dentro deste cenário de clima adverso de 2019, tivemos o prazer de alcançar em um talhão irrigado de 25 hectares de soja, sem a utilização intensa de adubação química, a produção de 102-103 sacas por hectare”, afirmou Dedemo.
Segundo ele, este resultado comprova que o caminho adotado pela Dedeagro nos últimos anos está correto. “Isto nos dá a segurança de que estamos no caminho certo, no cumprimento daquilo que eu considero mais relevante para a minha empresa: que é a difusão de tecnologia de empresas parceiras auxiliando nossos clientes a produzirem melhor, com mais eficiência, buscando sempre uma melhor rentabilidade. Isto me dá alegria, de cumprimento de nossa missão”, disse João Dedemo.
Os participantes também foram ressaltados pelo diretor da Dedeagro. “A participação de mais de 150 agricultores neste Ensaio de Variedades, em um momento adverso, com muita gente obrigada a colher adiantado a soja, já que a falta de chuvas antecipou a colheita, é prova de que o nosso trabalho é reconhecido pelo produtor rural. Este é a nossa alegria. Difundir tecnologias, enfrentando as adversidades do clima, mas sempre buscando melhores condições de vida para todos”, finalizou Dedemo.


