JOSEPH JUNQUEIRA DE M. REINER Especialista com 36 anos de mercado em exportação e empresas de varejo. Atuou também no gabinete do Ministro Blairo Maggi e hoje atua em Conselhos, além de ser produtor de café no Sul de Minas. Escreve semanalmente sobre o mercado de café para a CAFEZAL SUL DE MINAS
O mercado fechou nesta sexta-feira em 242,95 centavos, contra um fechamento na sexta-feira retrasada em 248,40 centavos. Os estoques certificados subiram quase 50 mil sacas no último mês, e temos ainda quase 100 mil sacas pendentes de classificação.
Com a continuação das chuvas na região cafeeira, o mercado vem retraindo, com os Fundos diminuindo suas posições bem timidamente, e a indústria começando a tomar alguma coisa perto dos 240 centavos. Nada fora do esperado com a chegada das chuvas.
O que está mais rápido do que o esperado é a derrocada do Real perante ao Dólar. Em vários relatórios temos conversado sobre não apostar contra o Dólar no atual cenário fiscal do Brasil, e que possivelmente logo veríamos o Dólar batendo os $6 reais, porém a falta de definição por parte do governo, no controle da área fiscal, continua empurrando o Dólar. Isto também foi um forte fator na retração de NY… nem NY resiste a “competência“ da istração fiscal brasileira. Podem contar com a contínua pressão.
A arbitragem Março/Março NY & Londres trabalhou por volta dos 50 centavos, refletindo a chegada da safra Vietnamita. Os diferenciais de exportação por lá apertaram um pouco com a queda de Londres, com níveis de exportação ofertados a Londres Março, + 80. Isto continua deixando o Conilon competitivo.
Segundo fontes no Vietnam, a safra está atrasada em cerca de 15/20 dias em comparação à safras adas, porém não causando nenhum impacto no interno, já que a demanda para embarques próximos, continua devagar, segundo fontes.
Outro dado importante diz respeito a área plantada na principal província vietnamita (Dak Lak). Segundo fontes, a área plantada reduziu 1,9%, com produtores trocando lavouras velhas por Duriao, porém o mesmo estudo indica que 1,2% da área de pimenta (principalmente lavouras velhas) foram substituídas por café.
O que o estudo indica é, olhando para a safra 25/26, os impactos de substituição de lavouras não será um fator importante.
Poucas novidades no macro. Ao como de espera pela eleição americana, e ao como de espera pelo plano de cortes de gastos pelo governo por aqui.
Por lá, os dados da semana foram conflitantes, porém levam a um mesmo consenso, de que o corte de nos juros básicos deve mesmo ficar nos 25 pontos até o final do ano.
A economia continua crescendo em um ritmo saudável, em 2,8% anualizada no 3° trimestre, porém os dados de novas vagas abertas em Outubro despencou para 12 mil vagas (fora uma revisão de redução de 112 mil vagas nos dois meses anteriores). Muitos indicam que os dados de Outubro estão “contaminados“ pelos dois furacões que aram pela costa leste, como também pelas greves da Boeing e dos Portos.
Mas que o mercado de trabalho está menos aquecido, não temos dúvidas. Os dados de Novembro, com a “despoluição“ de greves e furacões, e contando com o início das contratações para o Natal, poderão sacramentar os 25 pontos de corte em Dezembro.
Por aqui… o que falar?? O governo tomou uma sapecada nas eleições municipais domingo ado. Fontes em Brasília indicam as discussões internas no PT estão acaloradas, pois a luz amarela acendeu com força para as eleições em 2026.
O novo Presidente da Câmara será uma continuação ainda mais conservadora do que Lira. Não vai ter trégua para o Governo.
O percentual de reeleições de prefeitos foi muito alto, o que ainda traz mais certezas aos congressistas, de que os gastos com as emendas geram efeitos eleitorais (gostemos ou não).
A saga do Governo em precisar gastar mais (projetos sociais e obras) para sustentar uma campanha de reeleição em 2026, contra a necessidade de equilíbrio fiscal leva ao que o mercado já sabe e está se antecipando: a conta não fecha!!
Fecha menos ainda com as “podadas“ em aumentos de tributação… o congresso já efetuou na reforma tributária (que também ainda não saiu).
Não sabemos o que vai sair da economia americana com uma possível vitória de Trump, mas sabemos que internamente os problemas não vão se dissipar. Não mudo minha opinião… Dólar chegando a $6 reais antes do final do ano.
● Safra 25/26: Acho que podemos fechar questão no tema. No momento, chuvas se normalizando (no momento). Florada foi muito boa, porém a irregularidade na condição das lavouras (massa foliar) para sustentar a florada está em questão. Só poderemos começar a real noção, no início do ano.
● Safra 24/25: Segundo dados de CECAFE, os embarques de Outubro poderão ultraar as 4,5 milhões de sacas. O Brasil continua embarcando.
De Janeiro a Outubro o Brasil exportou mais de 41 milhões de sacas, contra cerca de 30 milhões no mesmo período no ano ado.
Em termos globais, no período de Outubro de 23 a Agosto de 24, foram exportadas quase 114 milhões de sacas. No mesmo período na safra anterior, o volume havia sido de 103 milhões de sacas. Ou seja, o mundo também exportou, e o Brasil contribuiu bem para isto.
Sem querer ser repetitivo, mas já sendo, os embarques Brasil precisam cair para que consigamos manter os patamares de preços atuais. Principalmente no 1° trimestre.
Mesmo se tivermos um recuo do mercado, com o câmbio se mantendo perto de R$6,00, podemos ainda ter uma remuneração ao produtor entre $1.250/$1.300 reais/saca.
Boa semana a todos! Joseph Reiner
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